sábado, 10 de outubro de 2009

CONDICIONAMENTO OPERANTE


CONDICIONAMENTO OPERANTE


Quando conversamos com alguém sobre um assunto que lhe seja desinteressante ou se ele de alguma forma manifestar desgosto pelo que estamos fazendo de forma que nos seja desagradável, passaremos a minimizar tal atitude mudando de assunto ou de comportamento. Disto trata o que os teóricos comportamentalistas chamam de condicionamento operante. Todos já passamos por experiências sociais, como essa, que exemplificam esse fenômeno.
Segundo Schultz (1981), uma das idéias precursoras ao condicionamento operante foi a Lei do Efeito de Thorndike.
“Todo e qualquer ato que, numa dada situação, produz satisfação, associa-se a essa situação, de modo que, quando a situação se reproduz, a probabilidade de uma repetição do ato é maior do que antes. Inversamente, todo e qualquer ato que, numa situação dada, produz desagrado, dissocia-se da situação, de modo que, quando a situação reaparece, a probabilidade de repetição do ato é menor do que antes”. (Thorndike, 1905, p. 203).

              


 Skinner desenvolve um sistema explicativo que contém uma concepção de homem visto como totalidade, em contínua interrelação com o ambiente e só podendo ser entendido dentro e a partir desta interrelação já que só assim pode-se pensar uma determinação recíproca. Determinação que não exclui, mas explica o sentimento de liberdade e a singularidade. Entretanto, a compreensão desta determinação (e, portanto, da concepção de homem contida no Behaviorismo Radical) exige que se considere, ainda, mais um aspecto que também está relacionado ao conceito de operante. Este conceito parece implicar, desde suas primeiras formulações (Skinner, 1935), uma concepção de causalidade fundada no modelo da seleção natural. Por outro lado, as elaborações mais recentes de Skinner (1981/1987, 1988/1991 e 1990, por exemplo) sobre o modelo de seleção pelas conseqüências parecem dar ao conceito de operante uma nova dimensão: um conceito que não poderá ser dispensado, dado o seu papel na relação entre os três níveis de variação e seleção, mas que ao mesmo tempo perde a exclusividade na explicação do comportamento.
Ao analisar os três níveis de seleção – a seleção natural, as contingências operantes e a cultura – Skinner indica a não absolutização do conceito de operante como conceito explicativo. A explicação do comportamento humano (de todo e qualquer comportamento humano) exige que se considerem cada um destes níveis de determinação e a interação entre eles. Além disso, tal como Skinner os entende, cada um dos níveis de variação e seleção, ao atuar sobre o homem, tem “falhas”. A seleção natural prepararia o homem para viver em um ambiente semelhante àquele no qual a seleção se deu, caberia então ao condicionamento operante garantir que o homem possa reagir a aspectos do ambiente “que não são estáveis o suficiente para desempenhar um papel na evolução” (1991, p. 1206).
O segundo nível de variação e seleção – o condicionamento operante – por sua vez só pode agir após o aparecimento da primeira resposta; dito de outra maneira, a resposta tem que ocorrer para poder ser afetada por suas conseqüências; esta lacuna será suprida pela cultura que possibilita, através de vários processos, o aparecimento de respostas novas a partir do comportamento dos outros. O terceiro nível de seleção e variação – a cultura – apresentaria também a “falha” de preparar um grupo só para um mundo que se assemelha ao mundo no qual a cultura evoluiu (1991, p.1206). Finalmente, todos os níveis estariam sujeitos a falhas: “variações são randômicas e as contingências de seleção acidentais” (1991, p.1207). Inserida neste contexto, a relação operante não esgota, mas é imprescindível para a explicação do comportamento, pois pode ser vista como possibilitando as variações necessárias para que os homens possam sobreviver em novos ambientes, seja como membro de uma espécie, seja como participante de uma cultura. E, é importante notar, o faz sem recorrer a conceitos finalistas ou a uma causalidade mecânica. É a clara inserção do conceito de operante neste novo modelo explicativo que permite prescindir de uma concepção de homem que se torna sujeito porque é originador, isto é, que a partir de si mesmo determina sua ação sobre o mundo.
No comportamento operante não existe estímulos externos observáveis e, portanto, há “espontaneidade” nas respostas adquiridas, pois elas agem sobre o ambiente.
Então, a força do comportamento operante vai aumentar a partir do momento que ele estiver seguido de um reforço que pode ser positivo ou negativo, contínuo ou intermitente.
Diferentemente de Thorndike e Hull, Skinner acredita que o impulso não passa de um conjunto de operações que influencia o comportamento de resposta de uma dada maneira; ele não vê como um estímulo nem como um estado fisiológico. Ele definia objetivamente em termos de horas de privação. (Schultz, p. 282)
É importante lembrar que o reforço nem sempre é consistente ou contínuo, porém, ocorre aprendizagem e os comportamentos continuam, mesmo que sejam reforçados uma vez ou outra.
·         Programa de reforço com intervalo fixo: Este reforço é aplicado a cada intervalo fixo de tempo (exemplo: cada 4 minutos) e quanto menor for esse intervalo, mais rápida é a resposta. Os comportamentos sumirão se após o reforçamento contínuo haja um desinvestimento nesses reforços.
·         Programa de reforço de razão fixa: Já neste caso o reforço não estará mais relacionado ao tempo, mas agora será ele será predeterminado pelo numero de respostas. Schultz (1981) ilustra exemplificando que “Um programa de razão fixa de pagamento é usado no comércio, e na indústria quando o salário do empregado depende do número de unidades produzidas e quando uma comissão de vendas depende do número de itens vendidos”. (Schultz, 1981, p. 281).




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