terça-feira, 8 de março de 2011

MOMENTO REFLEXIVO

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"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."

- Clarice Lispector -
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É, eu gosto muito dessa frase de Clarice porque, como sempre, ela diz muita coisa em poucas palavras. E vamos combinar, que coisas que ela diz hein? Vamos lá!
Quando a gente acha que tem que mudar alguma coisa na gente, sei lá, qualquer coisa! Um comportamento que você percebeu e quer mudar em você mesmo porque acha que assim se tornaria uma pessoa melhor e isso é importante para você. Muitas vezes nós podemos querer arrancar isso da gente, você pode ficar se perguntando: - Por que que eu faço isso? Daí você decide que nunca mais vai fazer isso... Bem... Quantas vezes você conseguiu por completo eliminar tal comportamento sem deixar o mínimo rastro? É possível que muitas pessoas respondam que não. Sabe por quê? Porque também os seus "defeitos" fazem parte de você. Surge aí uma necessidade de se saber o que danado que é defeito. Para uma bailarina gostar de comer chocolate pode ser um defeito, assim como que para um religioso pode achar defeito gostar de carnaval, ou mesmo um ateu pode achar defeito acreditar em Deus. Defeito é um adjetivo gerérico para "Eu não gosto de". Bom agora que já sabemos isso, nos resta saber o porquê de "não gostarmos de". Isso, claro, leva muito tempo e demanda muita disponibilidade de nós. (Ixe que isso tá muito em falta)
Acredito que o importante é compreender que todas as nossas ações nos definem e mesmo os "defeitos" são uma forma de nós existirmos, é assim que nós nos apresentamos diantedo mundo. Logo, não é produtivo apontar o "defeito" do outro (que na verdade é seu, porque ele pode não o perceber assim) porque é parte dele, e saiba! Você também tem defeitos aos olhos do outros... E ainda bem que os temos, já pensou o que seria da humanidade se nós não tivéssemo defeitos? Como já dizia Freud: Nós seríamos muito melhores se não quizéssemos ser tão bons! E as vezes nós podemos nos perder justamente porque destruímos um "defeito" como diria Clarice: Nunca se sabe qual o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro... Enfim, cabe a nós todos nos empenharmos neste eterno e árduo exercício de nos compreendermos um pouco mais, discernir o que me pertence e o que pertence ao outro sabendo que nada pertence a ninguém kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk








- Andreas Lux -