domingo, 22 de novembro de 2009

MOMENTO POÉTICO

PELA BUSCA DO SER








Minha fraqueza, minha franqueza
quão íntimas!
Por que não posso lidar com o meu não?
Agora eu grito sem saber
sem pensar, do fundo de mim
Por quanto tempo caminhei sobre minha superfície?
Agora tenho medo das minhas profundezas
Mas nesse mundo de vista difusa
não me enchergo muito bem
são apenas retalhos da minha percepção
E é tudo tão frio, seco e confuso
Em quantas partes me reparti?
Não as vejo mais
Não as sinto mais
Talvez elas nunca se juntem novamente
Agora essa é a minha tarefa: Viver em busca das minhas partes,
vivendo com as que tenho no momento e criando outras
na triste utopia de ser pleno novamente...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MOMENTO DE DEDICATÓRIA

Dedicatória





Chega a hora da mudança.
Agora o pássaro voa mais livre.
Não sinta medo de cair do seu vôo.
A mim você diz ser pequeno.
E eu te digo meu amigo, você é pequeno!
Não se iluda! Não digo que és mediocre! Nem um grande rei.
És apenas pequeno. Só sinto que não saibas a maravilha de ser pequeno!
És pequeno como um grão de areia, e saibas que existem muitos outros pequenos
justamente como você, todos pequenos grãos, não simétricos, imperfeitos.
Eu também sou pequeno, somos feitos da mesma matéria, embora diferentes.
Por isso me dói ver meu semelhante achando-se incapaz por ser pequeno
por cometer erros, achando que não tem volta.

ODEIO determinismos, definitivamente não partilho destes pensamentos:

"Pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto" que nada mais é do que
 a velha estrutura da personalidade psicanalítica, intransigente e imutável!

BESTEIRA!, temos todos as rédias das nossas vidas! Você também é governante de si!








Caro amigo, te escrevo para que não esqueças: É bom ser areia, só com ela construímos os alicerces da nossa vida! De que adianta ser grande e só? A perfeição além de inexistente é sinônimo de solidão
posto que a sua raridade o limita (na melhor das hipóteses).
De que adianta misturar diamentes com areia? Não esqueça que é devido a cada pequeno e defeituso
grão de areia que temos um chão para pisar, porque de tão pequenos suas imperfeiçoes se encaixam
formando um maior. Aquilo que falta em mim eu busco em você,
e você no outro e o outro em alguém também.
Assim sob a mesma condição, querendo ou não estar com os outros, nos formamos humanos!
Somos a areia que enfrenta a mesma onda do mar! Por isso não se envergonhe de ser pequeno!
Eu também muito já errei, poucas fezes pedi perdão, e no silêncio torturante da culpa já me afoguei!
Por isso estranhamente me sinto perto de você, mesmo vendo tantas diferenças, eu te vejo como um igual.

Quero te dizer muitas coisas, mas muitas não te servem ouvir, outras não me servem dizer.
Por isso quero te ofertar um pequeno e humilde jogo.

Um jogo bem conhecido por você que assim como eu o estudou:

Associação livre

SEJA
FELIZ
PERDOE
OUÇA
FALE
PROTESTE
ACEITE
JUNTE-SE
PRESERVE-SE

AME
VOCÊ
MESMO
ASSIM
AMARÁS
A TODOS
QUE TE AMAM

TE ADMIRO
POR SER
QUEM ÉS


AJUDA
QUEM
PRECISA
DE TI
E CRESCE
COM
TUA
NOVA
FASE
DA VIDA

Não esqueça esta velha frase: "Homo sum nihil humanum a me alienum puto"

Sou humano, nada humano me é estranho!



sábado, 7 de novembro de 2009

MOMENTO POÉTICO



Calmaria

Eu gosto daqui...
da sinfonia maestral
que os ventos fazem nas árvores
da coceira que ele faz
nos pêlos das minhas pernas
dessa proximidade com a natureza
de como ela me percebe
porque eu a percebo
e me percebo nela
aqui tudo é tão recíproco
não é como na realidade
mas, infelizmente, eu sei
que um dia terei de sair
dessa linda fantasia bucólica...

Andreas Lux


MOMENTO DE DEVANEIO

sábado, 31 de outubro de 2009

DO MAR PARTE 2

Das profundezas do mar sem fim




Mas que tempo é esse?
Porque teima em me passar
Sonho em te ter
Mas sei que sem querer
Nada vai acontecer
Mas que inferno é saber!
Como posso te contar
Que só queria te esquecer
Mentira seria tal pronuncia
Ja que de mim, nada muda
Só o desejo que me aumenta
Tanta tortura
Tanta solidão
Num mar de delicadezas
Sensibilidades ásperas
Que me carregam daqui
E levam pra beira do mar
Numa noite de lua cheia
Sinto teu cheiro e tua presença
E as brisas ousam trazer
Os sons de que tanto gosto
Das profundezas do mar sem fim...

domingo, 18 de outubro de 2009

MOMENTO ESPERANÇOSO

DAS UTOPIAS





Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!





- Mário Quintana -

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

DO MAR PARTE 1




Mar

Preciso desse som,
Preciso desse vento,
Abrir os meus braços,
Ouvir essa canção,
Baixinho, minguando, chorando
Essa certeza melancólica,
Que me puxa,
Me desvia,
Essa energia que me fortalece,
Me ilumina,
Me arrasta,
Me seduz,
E me chama,
Esse poder que está dentro de mim,
E por esse motivo que o reconheço fora,
Quero agora,
Banhar-me no mar de outrora!

- Andreas Lux -

sábado, 10 de outubro de 2009

MOMENTO POÉTICO

Travessia


Eu conheço este lugar
Já vi estes olhos,
Esta face seca...
De onde te conheço?
Nela vejo marcas
Vejo sombras passando
Crianças correndo, uma queda!
O que é isso?
Uma lágrima?
Pena!
Estou muito sóbrio para me apaixonar por você
Você não me engana mais
Esse sentimentalismo foi estrangulado com o tempo.
Aprendi que para viver no mundo real,
Tenho que te ver assim, real
Sem medo, sem máscaras.
Lutei e sofri bastante pra poder te olhar
Como olho agora, sem pena, sem dor.
Já atravessei o rio, já cavei a terra.
O suor correu como uma serpente
Rastejando e envolvendo o meu corpo.
E no intento de aliviar o ardor
Quebro você
Tão delicado reflexo no rio.
Quão nobre não seria
Seguir Narciso.
Mas para mim você é mais real.
Já me estatelei no chão buscando por você
E agora, eu te amo, porém, sem ilusões.



- Andreas Lux -

CONDICIONAMENTO OPERANTE


CONDICIONAMENTO OPERANTE


Quando conversamos com alguém sobre um assunto que lhe seja desinteressante ou se ele de alguma forma manifestar desgosto pelo que estamos fazendo de forma que nos seja desagradável, passaremos a minimizar tal atitude mudando de assunto ou de comportamento. Disto trata o que os teóricos comportamentalistas chamam de condicionamento operante. Todos já passamos por experiências sociais, como essa, que exemplificam esse fenômeno.
Segundo Schultz (1981), uma das idéias precursoras ao condicionamento operante foi a Lei do Efeito de Thorndike.
“Todo e qualquer ato que, numa dada situação, produz satisfação, associa-se a essa situação, de modo que, quando a situação se reproduz, a probabilidade de uma repetição do ato é maior do que antes. Inversamente, todo e qualquer ato que, numa situação dada, produz desagrado, dissocia-se da situação, de modo que, quando a situação reaparece, a probabilidade de repetição do ato é menor do que antes”. (Thorndike, 1905, p. 203).

              


 Skinner desenvolve um sistema explicativo que contém uma concepção de homem visto como totalidade, em contínua interrelação com o ambiente e só podendo ser entendido dentro e a partir desta interrelação já que só assim pode-se pensar uma determinação recíproca. Determinação que não exclui, mas explica o sentimento de liberdade e a singularidade. Entretanto, a compreensão desta determinação (e, portanto, da concepção de homem contida no Behaviorismo Radical) exige que se considere, ainda, mais um aspecto que também está relacionado ao conceito de operante. Este conceito parece implicar, desde suas primeiras formulações (Skinner, 1935), uma concepção de causalidade fundada no modelo da seleção natural. Por outro lado, as elaborações mais recentes de Skinner (1981/1987, 1988/1991 e 1990, por exemplo) sobre o modelo de seleção pelas conseqüências parecem dar ao conceito de operante uma nova dimensão: um conceito que não poderá ser dispensado, dado o seu papel na relação entre os três níveis de variação e seleção, mas que ao mesmo tempo perde a exclusividade na explicação do comportamento.
Ao analisar os três níveis de seleção – a seleção natural, as contingências operantes e a cultura – Skinner indica a não absolutização do conceito de operante como conceito explicativo. A explicação do comportamento humano (de todo e qualquer comportamento humano) exige que se considerem cada um destes níveis de determinação e a interação entre eles. Além disso, tal como Skinner os entende, cada um dos níveis de variação e seleção, ao atuar sobre o homem, tem “falhas”. A seleção natural prepararia o homem para viver em um ambiente semelhante àquele no qual a seleção se deu, caberia então ao condicionamento operante garantir que o homem possa reagir a aspectos do ambiente “que não são estáveis o suficiente para desempenhar um papel na evolução” (1991, p. 1206).
O segundo nível de variação e seleção – o condicionamento operante – por sua vez só pode agir após o aparecimento da primeira resposta; dito de outra maneira, a resposta tem que ocorrer para poder ser afetada por suas conseqüências; esta lacuna será suprida pela cultura que possibilita, através de vários processos, o aparecimento de respostas novas a partir do comportamento dos outros. O terceiro nível de seleção e variação – a cultura – apresentaria também a “falha” de preparar um grupo só para um mundo que se assemelha ao mundo no qual a cultura evoluiu (1991, p.1206). Finalmente, todos os níveis estariam sujeitos a falhas: “variações são randômicas e as contingências de seleção acidentais” (1991, p.1207). Inserida neste contexto, a relação operante não esgota, mas é imprescindível para a explicação do comportamento, pois pode ser vista como possibilitando as variações necessárias para que os homens possam sobreviver em novos ambientes, seja como membro de uma espécie, seja como participante de uma cultura. E, é importante notar, o faz sem recorrer a conceitos finalistas ou a uma causalidade mecânica. É a clara inserção do conceito de operante neste novo modelo explicativo que permite prescindir de uma concepção de homem que se torna sujeito porque é originador, isto é, que a partir de si mesmo determina sua ação sobre o mundo.
No comportamento operante não existe estímulos externos observáveis e, portanto, há “espontaneidade” nas respostas adquiridas, pois elas agem sobre o ambiente.
Então, a força do comportamento operante vai aumentar a partir do momento que ele estiver seguido de um reforço que pode ser positivo ou negativo, contínuo ou intermitente.
Diferentemente de Thorndike e Hull, Skinner acredita que o impulso não passa de um conjunto de operações que influencia o comportamento de resposta de uma dada maneira; ele não vê como um estímulo nem como um estado fisiológico. Ele definia objetivamente em termos de horas de privação. (Schultz, p. 282)
É importante lembrar que o reforço nem sempre é consistente ou contínuo, porém, ocorre aprendizagem e os comportamentos continuam, mesmo que sejam reforçados uma vez ou outra.
·         Programa de reforço com intervalo fixo: Este reforço é aplicado a cada intervalo fixo de tempo (exemplo: cada 4 minutos) e quanto menor for esse intervalo, mais rápida é a resposta. Os comportamentos sumirão se após o reforçamento contínuo haja um desinvestimento nesses reforços.
·         Programa de reforço de razão fixa: Já neste caso o reforço não estará mais relacionado ao tempo, mas agora será ele será predeterminado pelo numero de respostas. Schultz (1981) ilustra exemplificando que “Um programa de razão fixa de pagamento é usado no comércio, e na indústria quando o salário do empregado depende do número de unidades produzidas e quando uma comissão de vendas depende do número de itens vendidos”. (Schultz, 1981, p. 281).




DOWNLOADS



Aqui estou de novo, desta vez trago novidades, segue o link para download de um conversor muito bom! Ele converte audio, vídeos e imagens, oferece uma interface simples e fácil de usar, qualquer dúvida comenta que posto um tutorial! Vou colocar também, para quem ainda não tem um descompactador, um link para download do winrar, que eu acho muito útil.

Link do Format Factory (conversor): http://www.easy-share.com/1908076460/FFSetup210.zip

Link do Winrar (descompactador): http://www.easy-share.com/1908075669/wrar390br.exe

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

DOS SORRISOS METÁLICOS



Hoje eu quero falar sobre a vida, os laços, os rompimenos, acho importante sempre que nós seres humanos mantenhamos em nossas mentes algo fundamental: Nós nos constituímos no confronto com o outro, ou seja, é a partir do outro e com o outro que existe o eu. Pelo menos é no que eu acredito. Eu sinto uma enorme tristeza quando vejo pessoas que esqueceram isso, o quanto é importante viver aqui, na realidade, com todos. Agora, vem em minha mente algo que jamais esquecerei, em determinada situação, estava eu com um grupo de colegas, e havíamos acabado de passar por um processo seletivo para um curso superior numa instituição pública, e uma figura começa a dialogar com outra garota, no que eu estava presente e atento a discussão:

"Ah, eu sou do interior, moro na casa de parentes, mas eu não me sinto confortável sabe, eu passei um tempo muito mal e tive depressão e tudo, porque eu estudava com as pessoas e não conseguia passar... Tipo: Teve uma prova de matemática que eu ensinei toda a uma amiga, ela passou e eu não..."

Neste momento uma outra criatura disse:

"Ah, eu sei como é, olha, você não deve ensinar tudo que sabe para as outras pessoas, é como se você se esvaziasse..."


Nossa! Nesse momento eu tive náuseas, como aquela criatura poderia ter afirmado uma aberração daquelas??? O pior é que eu sei como! Hoje... não, hoje não, nossa mentalidade doentia não está só no hoje, ela vem de um passado cheido de injustiças, represálias, julgamentos e condenações arbitrárias! Nossa sociedade cultiva essa semente destrutiva, nós para sermos reconhecidos socialmente, temos que nos apresentar profissionalmente "bem-sucedidos", temos que vestir a roupa mais cara, ler os livros mais vendidos, assistir aos filmes da temporada!!!! Como diz aquela música de Zélia Duncan:

"Todo mundo quer ser bacana
Álbuns, fotos, dicas pro fim de semana
Filmes, sebos, modas, cabelos
Cabeça-feita, receitas perfeitas
Descobertas geniais

Todo mundo acha que é novo
Tribos, gírias, grifes, adornos
Ritmos exóticos, viagens experimentais

Pré-pós-tudo-bossa-band
Mente sempre muito bem
Pré-pós-tudo-bossa-band
Gosto que me enrosco em quem?
Pré-pós-tudo-bossa-band
Não sei, mas tô dizendo amém"

Nossa, eu abomino esse idéia, ah! como! Nós temos uma idéia distorcida do que seria competitividade! Para nós, competir é ser melhor do que o outro, e, muitas vezes, ter que derrubá-lo para que isso transcorra como esperamos. Mas para mim, isso está bem distante do que é competir. Eu acredito que competir seja dar o seu melhor, e quando agimos desta forma, podemos ser destacados ou não, isso não nos torna melhor nem pior do que os outros, pelo contrário, isso abre uma possibilidade: demosntrando que sou bom em algo, demonstro que posso ajudar o outro em algo, além de estimulá-lo a se dedicar a algo, destacando-se também! Pra mi competir é isso, nada de insanidade, nada de desequilíbrio! Só queria diser isso!!! Eu voto por um mundo, não mais humano, nós somos humanos, somos frágeis e imperfeito, mas quero um mundo que não esqueça a sua humanindade, que não se tape para a maravilha da vida legada por Deus, quero andar pela rua e ver meu irmão olhando nos olhos do outro, se reconhecendo alí, se constituindo alí, se lembrando do que é ser humano...




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MOMENTO (EU) POR LISPECTOR

ISSO É MUITA SABEDORIA



Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.




Clarice Lispector

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MOMENTO POÉTICO

SUBINDO O MORRO





Subindo o morro tem uma estrela,
Que ilumina a noite fria,
Que mescla luzes na pureza,
Azul e rosa, beleza cria.



Subindo o morro tem mistérios,
Que são banhados pela lua,
Iluminando amores sérios,
Contornando a carne nua.



Subindo o morro tem vidência,
A tua alma ali ascende,
Para mostrar a sapiência,
Da tua mente aqui presente.

 -Andreas Lux -


domingo, 4 de outubro de 2009

MOMENTO REFLEXIVO


Navegando pela net descobri esse vídeo, no começo pensei: "Aí meu Deus! Mais uma besteira da internet". Só que quando assisti, decidi ver de novo, mais uma vez, e a uma vez mais... E esse vídeo me levou a pensar no porque eu escolhi estar aqui, neste curso, nesta vida, e agora eu me lembro, do quanto eu espero, por esse momento, como diria Liane Zink, "... o terapêuta, testemunha e partilha da afirmação existencial, daquele que não é mais seu paciente, mas seu companheiro de caminho...". Isso é o que eu escolhi pra mim!





4º ARTIGO

TEMA: Condicionamento Clássico



Todo animal ao nascer, não chega ao mundo desarmado, são munidos de instintos e reflexos que se tornam a base de sua exploração do mundo. E muito do que aprendemos no mundo vem através destes reflexos e é a respeito disto que esse texto tratará. Segundo Schultz (1981), o condicionamento clássico surgiu de uma forma acidental, enquanto Ivan Petrovitch Pavlov investigava as glândulas digestivas dos cães desenvolveu a noção de reflexos condicionados. Observando a função da saliva, que podia ser involuntariamente secretada sempre que a comida era colocada na boca do cachorro. Com o passar do tempo Pavlov percebeu que ocorria um fluxo antecipatório da saliva, ele inferiu que os cães salivavam quando viam a comida ou a pessoas que os alimentava e até quando ouviam seus passos. Percebeu então, uma associação do reflexo de salivação a um estímulo não original que seria o alimento. Daí ele tirou os conceitos de reflexo condicionado, reflexo não condicionado, estímulo neutro, estímulo condicionado e estímulo não condicionado. No exemplo de Pavlov a salivação seria a resposta não condicionada, pois não necessita de aprendizagem. Por outro lado salivar ao ouvir passos não é um ato reflexo, mas uma resposta que tem de ser aprendida e depende de uma associação. O estímulo neutro seria o fator que é associado ao estímulo não condicionado, no caso a comida, e com o passar do tempo o estímulo neutro torna-se condicionado, causando uma resposta igualmente condicionada. Tais estudos foram muito importantes, pois possibilitaram o aparecimento de teóricos como Skinner e Watson, os quais posteriormente contribuíram de forma mais ampla para determinar as leis básicas do comportamentalismo.



Assim, ainda segundo Schultz (1981), apesar de Pavlov ter sido um dos precursores do movimento comportamentalista, foi com a sistematização de Watson, que mantinha um interesse em criar uma nova escola da psicologia, que se iniciou a escola que hoje conhecemos como behaviorismo, influenciado pelo positivismo norte americano almejava tornar a psicologia reconhecida como ciência e para tal, considerava inadequado o estudo dos processos mentais, por este objeto não poder ser investigado objetivamente. O behaviorismo foi oficialmente iniciado com a publicação do manifesto de Watson na Psychological Review (Watson, 1913).



Na figura ilustrativa podemos identificar a forma pela qual se dá o aprendizado via condicionamento clássico. Na fase 1 o estímulo é não condicionado e causa a resposta não condicionada, que por sua vez é reflexa. Na fase 2 o estímulo não condicionado é associado a um estímulo neutro causando ainda a resposta não condicionada. Por fim na fase 3 o estímulo antes neutro agora é condicionado assim como a resposta por ele ocasionada.

EXEMPLO: Suponhamos que um macaco está com fome. E que seja reflexo da espécie dos macacos quando deparados com certa quantia de alimento bater os braços no chão, talvez uma forma de comunicação entre o grupo. Neste caso o estímulo incondicionado seria o alimento e a resposta incondicionada o bater dos braços no chão. Bem, prosseguindo a suposição vamos admitir um assobio como estímulo neutro, e que, durante certo período de tempo passemos a alimentar o macaco assobiando. Depois de um determinado tempo poderemos observar o bater dos braços apenas com a presença do estímulo antes neutro (assobio) que agora passa a ser um estímulo condicionado, levando a resposta incondicionada a transformar-se em uma resposta condicionada. Esse é um exemplo de condicionamento clássico por associação de estímulos.


Próximas Postagens




Nas próximas postagens vou abordar um tema muito polêmico, o comportamentalismo, uma das escolas da psicologia, também conhecida como behaviorismo, que buscava fundamentar a psicologia como ciência. Os comportamentalistas tem como princípio o estudo objetivo dos comportamentos. O comportamentalismo pode ser dividido em duas categorias:

Comportamentalismo Clássico e Comportamentalismo Operante

E será nesta formatação que postarei o assunto aqui no blog.



3º ARTIGO

TEMA: Medo



INTRODUÇÃO:



Neste artigo irei tratar do medo, sentimento esse de extrema necessidade a sobrevivência humana, que se faz presente no cotidiano dos homens. Por isso vejo necessário versar aqui neste espaço sobre este tema inerente à condição humana.

DESENVOLVIMENTO:



O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio tanto de fazer alguma coisa, como de que algo aconteça, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.
O medo pode provocar reações físicas como descarga de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor. Pode estar relacionado a pensamentos obsessivos, depressão, síndrome do pânico, etc.
Medo é uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretações, crenças, representações) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera os hormônios do estresse (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir (estado de fight or flight).
A ansiedade precede o medo, fazendo com que o indivíduo sofra antecipadamente por uma situação ou por o encontro com determinado objeto.
O medo pode se transformar em uma doença (a Fobia) quando passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psíquico. A técnica mais utilizada pelos psicólogos da TCC (Terapia cognitivo comportamental) para tratar o medo se chama Dessensibilização Sistemática. Com ela se constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e, progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo. Ao fazer isso o paciente passa, gradativamente, por um processo de reestruturação cognitiva em que ocorre uma re-aprendizagem, ou ressignificação, da reação que anteriormente gerava a resposta de alerta no organismo para uma reação mais equilibrada. O medo também se faz presente na síndrome do pânico, onde o indivíduo sente uma angústia, mas sem compreender objetivamente a origem de medo que segue a angústia. Esta síndrome é caracterizada pelo fato de que o indivíduo, sem nenhum motivo aparente, começa a acreditar que irá morrer no dado momento da crise, em seguida vem a angústia originando o medo.
O medo também é um dos sentimentos que inspiram os artistas desde as épocas mais remotas da civilização. Hoje é possível contemplar este tipo de manifestação artística de uma forma mais marcante devido à expansão e aprimoramento das ferramentas artísticas.Hoje tornou-se cada vez mais comum filmes de terror, esportes radicais, parques temáticos relativos ao que é "sombrio" e "assusta".Tudo referente a esse sentimento que representa uma certa ambivalência para nós, pois o evitamos e buscamos concomitantemente.

CONCLUSÃO:



Porém o medo não é de todo um mal, pois considerando que muito dificilmente sobreviveríamos sem ele, já que ele nos alerta dos perigos do ambiente, ele nos faz descobrir outro aspecto do psiquismo humano indispensável para o desenvolvimento sadio, a frustração. Através da frustração que é causada pela vivência do medo, nós passamos a considerar não apenas a realização dos nossos desejos, mas também os fatores situacionais que interferem na concretização de tais desejos.


sábado, 11 de julho de 2009

2º Artigo

Tema:
SOLIDÃO




INTRODUÇÃO

Antes de tudo gostaria de delimitar bem o tema deste artigo, por ser um tema bastante complexo e por achar inapropriado afirmar que ele versará sobre a solidão sem antes contextualizá-lo historicamente e defini-lo. Pois não é minha intenção tentar abarcar todo o conceito desta condição em poucas palavras. Ressaltar também que, é um termo subjetivo, e pode ser ponderado filosoficamente, sociologicamente, economicamente, etc. Aqui adotarei uma postura nem um pouco neutra, pois irei escrever e expor aquilo que penso sobre, e as teorias que mais me agradam.

HISTORICIDADE

O termo “solitário” apareceu pela primeira vez na tragédia Coriolanus, Ato IV Cena 1, de William Shakespeare, escrita em 1608. Porém a solidão atrela-se à humanidade na sua origem, independente de crenças, e de quais teorias sobre a gênese humana adotemos, é inegável a coexistência, ou melhor, a coparticipação da solidão no surgimento da humanidade. Porém a solidão nos acompanha até hoje e se faz presente em poemas, músicas, filmes, livros, pinturas e em várias outras formas que o ser humano encontra para expressar-se e afirmar essa condição.

DEFINIÇÃO

A definição que adoto aqui, não é a mesma partilhada pelo senso comum, que afirma a solidão como sentimento de profundo sofrimento. Eu creio na solidão como condição humana, aquele estado comungado por todos e que desperta no homem as mais variadas reações. Assim quando nos “sentimos” solitários estamos nos dando conta da nossa condição. Logo o que faz sofrer não é a solidão em si, mas sim o perceber-se só, o encontrar-se nesta condição.

"Estar só é falar por si mesmo, é não ter diante de si, nem atrás de si, algo que lhe ampare, que lhe sustente; é não representar ou ser representado por algo. Rejeição é repulsa, desaprovação. Estar só não implica em rejeição e esta não leva necessariamente à solidão" – Jean-Paul Sartre

A dor que pode surgir durante esse processo de descobrir-se só pode gerar grandes problemas se o indivíduo que se depara com sua condição ainda não tem uma estrutura egóica suficientemente estruturada para lidar com o seu eu só. Mas quero deixar claro que não considero essa condição, uma maldição ou castigo, nem nada do tipo. Pois se pararmos para nos perceber, veremos que juntamente com a solidão está a autonomia em afirmar-se só, falar por si mesmo e assumir a sua existência idiossincrática. Gosto muito do conceito winnicottiano que fala que a mãe suficientemente boa precisa quebra a sensação de onipotência do bebê, frustrando-o, mas considero que o elemento chave deste momento não está na mãe que frustra o bebê, e sim no bebê que se percebe só diante do rompimento da onipotência.

CONCLUSÃO

Não tenho a presunção de inferir algum juízo de valor sobre a solidão, de forma alguma! Acredito que ela nos constitui independente de qual prisma a contemplamos, se acreditamos nela como sentimento ou como condição, o fato é: ela é inerente a existência humana. E acredito que só podemos atingir um nível superior de autoconhecimento se começarmos a nos confrontar com essa parte de nós, que no cotidianamente fazemos questão de ignorar, claro que, paulatinamente, e dentro dos limites de cada um.